SEMINÁRIO BRASILEIRO DE MUSEOLOGIA - SEBRAMUS, 4 Sebramus

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Memórias e Culturas Africanas e Afro-brasileiras em sala de aula. Experiência docente na UFBA.
Marcelo Nascimento Bernardo Cunha

Última alteração: 2019-07-01

Resumo


No Brasil, a abordagem de conteúdos referentes ao continente africano e às suas diásporas, em todos os níveis de formação, sempre se mostrou deficitária e insuficiente. Questões essenciais para o entendimento da complexidade das culturas e histórias do continente africano e sua relação com a história mundial, sempre foram tratadas de forma secundária, equivocada ou marcadas por preconceitos e equívocos. Esta situação se reflete nos museus, suas abordagens conceituais e configurações expográficas, com a produção de imagens e representações que acabam por confirmar preconceitos e equívocos que deveriam problematizar e combater. Mesmo após a vigência da lei 10.639, não foi notada, de forma sistemática e efetiva, mudança nesta situação. Visando combater esta situação, desde a década de 90, no âmbito do  Curso de Museologia da Universidade Federal da Bahia, foram criados componentes curriculares voltados para a abordagem relativa a processos de patrimonialização de culturas africanas e afro-brasileiras. Este movimento acabou por desdobrar-se e ampliar-se em diálogos com outros Cursos e Programas, resultando em diversas ações como projetos de iniciação científica, dissertações de Mestrado e atividades práticas. Este contexto só foi possível graças ao envolvimento de um grupo de professores deste curso, que pautaram as suas investigações em torno de abordagens relativas ao tema, construindo sua carreira universitária, comprometidos com a construção de novos discursos, com o objetivo de reverter o quadro de silenciamentos que levaram ao desconhecimento de questões relevantes para a reflexão sobre o patrimônio e suas abordagens, bem como a articulação do Museu Afro-Brasileiro da Universidade Federal da Bahia, que tem se configurado como museu / escola / laboratório a partir do qual são ministrados conteúdos relacionados às disciplinas mas, sobretudo, é disponibilizada a estrutura de laboratório e espaço de experimentação que permitem o vivenciamento das rotinas e desafios empíricos. Esta comunicação pretende apresentar um panorama deste processo, destacando os pontos principais que podem colaborar para novas ações e reflexões teóricas e conceituais.


Palavras-chave


Culturas Africanas; Diáspora Africana; Docência; Investigação