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Propõe-se comunicar os resultados parciais da pesquisa em curso a nível de Pós-Graduação em Museologia e Patrimônio, com enfoque na entrevista realizada, in loco, com a curadora Lola Hinojosa Martínez, do Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía, ocorrida em Madrid em novembro de 2018, em que se desvela os bastidores das montagens de exposições, a partir do acervo composto de mais de 22.400 obras, no referido museu. A Curadora entrevistada integra a equipe do Reina Sofía desde 2006 e apresenta, passo a passo, os procedimentos curatoriais da Instituição, cujo tempo transcorrido entre a pesquisa e a montagem propriamente dita podem chegar a dois anos de trabalho, envolvendo diversos atores. A partir das leituras e do cotejar com as pesquisas práticas e de campo da autora, constrói-se os perfis de diferentes tipos de curadores, perspectivas de curadoria e as relações que se estabelecem entre os envolvidos, onde os jogos de poder e os tensionamentos presentes nos bastidores, de algum modo impactam as exposições. É ainda alvo da investigação as aproximações e distanciamentos entre a curadoria de arte e a curadoria museológica, levando-se em conta o olhar abrangente sobre os processos e métodos curatoriais propostos pela Museologia e a aqueles adotados por curadores de arte cuja formação é bastante diversa. Conclui-se que a curadoria de arte se foca de modo exclusivo na obra de arte, tendo como compromisso destacá-la, de modo que, por si mesma, esta estabeleça com o público os caminhos para a sua interpretação, enquanto a curadoria museológica dedica especial atenção à maneira como o público vai fruir a exposição, levando em conta, por exemplo, a inclusão de públicos historicamente considerados “não público” como as pessoas com deficiência, desde as primeiras decisões curatoriais.

Curadoria; bastidores das exposições; exposições de arte