Os quilombos do Tereré e Maragojipinho são um sítio histórico, lugar de resistência negra, onde a população se formou a partir de famílias vindas do Recôncavo Baiano que se instalaram na Ilha de Itaparica-BA em torno de uma bica de fonte natural - Fonte do Tereré. Após longo período de pesquisa o território foi reconhecido e certificado pela Fundação Palmares como Comunidade Remanescente Quilombola em 2016. A partir desse processo de pesquisa e certificação, em parceria com o Instituto de Design e apoio do Fundo de Cultura do Estado da Bahia, nasceu o Museu de Memória Viva dos Quilombos do Tereré e Maragojipinho. O Museu, abrigado na sede do Quilombo, foi inaugurado em 2017 com a exposição “A Pele nos Muros”, retratando os saberes e fazeres dos moradores da comunidade como a Parteira, a Lavadeira, a Rezadeira e a Tocadora de Prato e Faca e Sambadeira Dona Aurinda, recentemente reconhecida e premiada como Mestra da Cultura Popular Brasileira pelo Ministério da Cultura no Edital de Seleção Pública – Culturas Populares Edição Selma do Coco-2018. Além de espaço de memória, o Museu é espaço de convivência e de transmissão de conhecimentos e tem facilitado o convívio dos mestres com os mais jovens, ampliando o fortalecimento da tradição oral, da memória social e coletiva, a partir do protagonismo da comunidade, suas origens, histórias e valores. O espaço oferece aulas de inglês, capoeira, samba de roda e outras expressões de arte e cultura tradicional, de matriz africana, o que tem atraído público diversificado: crianças, adolescentes, adultos, moradores da Ilha de Itaparica, de Salvador e estrangeiros. O entorno do Museu possui ainda significativa área preservada de mata nativa, além do Terreiro do Silêncio e a Casa de Farinha, que beneficia a mandioca produzida nas roças cultivadas pela comunidade.