SEMINÁRIO BRASILEIRO DE MUSEOLOGIA - SEBRAMUS, 4 Sebramus

Tamanho da fonte: 
O Desafio da Museologia Social na Amazônia.
Maria das Graças Alves Santana, Lúcia Santana da Silva, Maria das Graças Silva

Última alteração: 2020-07-30

Resumo


Com a Declaração de Santiago de 1972, houve um aprofundamento maior sobre o conceito de Museu Integral que propõe uma mudança paradigmática do comportamento das instituições museológicas para que estejam mais próximas da comunidade. O alargamento do conceito antropológico de patrimônio, de fato museológico, de comunidade e de território torna-se essencial para formação de uma nova triangulação pautada na articulação de patrimônio-território-comunidade que ampliou a função dos museus e visão da Museologia que passou ser denominada de Museologia Social. O conceito de Museu Integral ainda é um conceito em construção e sua filosofia poderá ser aplicada em qualquer museu, mas os modelos de museus comunitários, ecomuseus e de território nos trouxeram maiores contribuições sobre a formulação do conceito e sua aplicabilidade, em virtude de um processo mais coletivo e integrado à comunidade. A participação social, o empoderamento das comunidades, a preservação do território, as lutas por justiça social, a relação dos movimentos sociais com o Estado, os saberes produzidos no cerne da comunidade e as formas criativas de comunicação e processos educativos principalmente de grupos minoritários ou os que estão à margem da Memória e 1041 da Cidadania Nacional nos levam a crer que a Museologia Social pode ser um instrumento de transformação social. Uma das experiências de Museologia Social é a formação do Fórum de Museus de Base Comunitárias e Práticas Socioculturais da Amazônia criado no ano de 2018 como uma estratégia de fortalecimento do movimento museológico regional num momento critico de uma crise cultural brasileira que vem enfraquecendo as políticas públicas em especial a da cultura, a da educação e a do ambiente. O fórum pode ser considerado mais uma força de resistência para ativar a Museologia Social com intuito de garantir a participação social como instrumento democrático, representativo e de engajamento por um mundo mais justo e igualitário, respeitando as diferenças e a diversidade cultural. Portanto, ao configurarem-se como formas criativas de comunicação e de processos educativos, praticadas por grupos minoritários, ou que estão à margem da Memória e da Cidadania Nacional, podem ser considerados como indicativos de que a Museologia Social pode ser um instrumento de transformação social.

Palavras-chave


Museologia Social. Fórum de Museus da Amazônia. Direitos Humanos.

Texto completo: ARTIGO