SEMINÁRIO BRASILEIRO DE MUSEOLOGIA - SEBRAMUS, 4 Sebramus

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Inventários participativos e museus: respeito à diversidade cultural e à participação social
Thais Creolezio

Última alteração: 2019-06-02

Resumo


O Museu Histórico de Jaboticabal Aloísio de Almeida é uma instituição municipal, localizada na Região Metropolitana de Ribeirão Preto, interior do Estado de São Paulo, com sede na cidade de Jaboticabal. O Museu foi criado pela lei municipal nº 664, de 17 de novembro de 1965, num contexto de ampla expansão de instituições museológicas no Estado de São Paulo, porém aberto ao público, somente a partir de 1979. Sua coleção foi formada pelo recebimento e recolha de objetos considerados por sua relevância histórica, antiguidade e raridade. A partir do regimento interno da instituição constata-se uma estrutura funcional com forte caráter educacional e cívico, cuja missão pautava-se na manutenção do “passado vivo” e costumes do município e, que deveria reunir, conservar, custodiar e expor as “relíquias do passado jaboticabalense". Assim, durante décadas, as propostas de gestão e funcionamento da instituição não se mostravam pautadas num viés formal e impessoal, que resguardasse o museu para a continuidade de ações a longo prazo. Este contexto passou a se alterar em 2012, quando a gestão museológica passou a ser estruturada por funcionários de carreira, que deveriam contribuir para a construção de um olhar técnico-científico que inserisse a instituição num processo de ressignificação e qualificação, voltada para as políticas públicas da área de museus. A partir de 2017, o Museu passou a ser sujeito de um estudo imerso em reflexões, análises e ações que reúnem conceitos e práticas em Museus-Museologia Social, patrimônio e políticas públicas de cultura. A proposta baseou-se no desenvolvimento de um conjunto de ações museológicas participativas com alguns grupos socioculturais não representados no Museu, de forma que as vivências e experiências auxiliassem na elaboração das bases de um planejamento museológico pautado no respeito e valorização das memórias e histórias não institucionalizadas e do patrimônio cultural local. Assim, o objetivo desta comunicação é apresentar o conjunto destas ações museológicas, inseridas no contexto do Inventário Participativo (IP), que teve por finalidade mapear, identificar e documentar as referências culturais, histórias e memórias de grupos excluídos e silenciados institucionalmente e socialmente ao longo dos anos. Desta forma, ressalta-se que como ferramenta de gestão museológica, entende-se que o IP permita contribuir na requalificação e ressignificação institucional, por um viés atuante e significativo. E, como parte do processo museológico, considera-se que o IP contribua para o fortalecimento das relações entre museu, comunidade e território por meio do seu patrimônio local e auxilie os museus a agirem em respeito à diversidade cultural e à democratização da participação comunitária em todas as etapas da cadeia operatória museológica.

Palavras-chave


Inventários Participativos (IP); museus; diversidade cultural; participação social