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No transcurso do Século XIX, a educação, o patrimônio e os museus foram inseridos num movimento de construção do Estado-Nação em diversos países. Diversos elementos foram valorizados para imaginar uma identidade nacional e, nesse sentido, a educação pública irá popularizar o ensino da língua e construir o « homem novo », cujos valores estavam ligados aos ideais republicanos. A educação revestiu-se de grande importância por difundir as ideias racionais, sendo objeto de investimento no sentido da construção de uma educação científica  amparada em novas idias pedagógicas, novos materiais e métodos de ensino. Nesse contexto, foram criados os museus pedagógicos nacionais, como um movimento internacional em prol da modernidade pedagógica. Esses museus foram criados em diversos países, nas Américas e na Europa, e apresentavam características comuns. Podiam conter biblioteca pedagógica, lojas para comercialização de materiais didáticos, coleções de materiais escolares, arquivos de documentos oficiais, além de se preocuparem com a realização de estudos estatísticos comparativos sobre a instrução ; possuirem serviços de publicação, de formação e de auxílio a professores e alunos. Esse largo espectro de atuação convergia para um objetivo comum de reunir informações e materiais necessários à organização de uma ciência positiva da educação, a partir de artefatos e dados observados, num centro de formação continuada para os professores, responsáveis por popularizar a instrução primária. A França criou o Museu Pedagógico em 1879 e o Brasil criou o Pedagogium em 1890. Com objetivos similares, mas em contextos nacionais diferentes, o percurso desses museus foi bastante diverso. O Pedagogium brasileiro teve vida efêmera, sendo definitivamente extinto em 1910. O museu francês reiventou-se ao longo de mais de um século de existência, passou por inúmeras modificações e ainda hoje continua ativo no Museu Nacional de Educação, localizado em Rouen. No lugar de coleções de obras artísticas ou de valor histórico, esses museus pedagógicos reuniam e guardavam artefatos prosaicos do cotidiano escolar ; suas coleções estavam à disposição de professores, diretores de escolas e alunos para serem utilizadas, emprestadas ou comercializadas. Assim, para a Museologia, a história desses museus reveste-se de importância por dar a ver uma apropriação diferenciada do museu pelos agentes da educação em prol do desenvolvimento educacional.

Museus de educação; museus pedagógicos; Pedagogium: Museu Nacional de Educação