SEMINÁRIO BRASILEIRO DE MUSEOLOGIA - SEBRAMUS, 4 Sebramus

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Onde se Alocam Corpos Femininos Negros na Discussão Museológica Contemporânea?
Joana Angélica Flores Silva

Última alteração: 2019-06-28

Resumo


O presente trabalho se debruçará sobre as discussões trazidas pela Museologia contemporânea, de maneira a identificar narrativas sobre os corpos negros femininos no contexto da teoria museológica, produzida no Brasil, nos últimos dez anos e que contribui para os estudos no contexto da Diáspora na perspectiva desse campo de saber. Tomarei como delineamento para essa pesquisa, as reflexões epistemológicas produzidas pela Museologia Social no intuito de repensá-las a partir das intersecções de raça, gênero e classe e relacioná-las a fatos, temporalidade, simbologia, objeto e narrativas com as formas de musealização das memórias preservadas nas instituições museais do país. Como trazem em suas coleções esses corpos não “identificados”, mas, subjetivamente imbricados nas peças de mobiliário, acessórios, vestimentas etc. que deslocam-se no tempo enquanto acontecimentos e permanecem ilegíveis? Objetos esses que induzem de forma aparentemente despretensiosa a uma única interpretação de quem vê. Lê-se apenas a representação de um sujeito a partir da construção simbólica sobre a imagem construída, encenada. Induz-se a reconhecer, aquele (a) que luta e o (a) que vence é também o (a) que coloniza. Nesses lugares depositam-se as lembranças do sujeito que também é reverenciado por essas narrativas que legitimam os não lugares para os grupos historicamente anulados do processo histórico. Para tanto, utilizarei das narrativas construídas em torno das representações simbólicas para identificar as teorias que projetam ou não, os discursos que fundamentam o processo de (re) interpretação dos signos e corroboram para a permanência de um imaginário coletivo e colonizador que contribui para uma reprodução imagética que reitera o discurso de subalternidade ainda refletido nas práticas museológicas, na atualidade. Assim, a indagação “quem fala por quem nas narrativas museológicas?”, ou “quem fala sobre os corpos que trazem a escravidão enquanto alegoria para esse (não) lugar nos museus?”, contribuirá para incitarmos uma investigação sobre a produção discursiva que versa sobre esse campo de saber para além da própria ciência museológica.




Palavras-chave


Corpos Femininos Negros, Teoria Museológica, Diáspora