Última alteração: 2019-06-02
Resumo
O Herbário Prof.ª Dr.ª Marlene Freitas da Silva, localizado em Belém do Pará, abriga uma coleção Biocultural, constituindo-se como a segunda maior do Brasil, que possui 500 exemplares divididos em cinco categorias: artesanal, alimentícia, cultural, medicinal e ritualística, as quais promovem a guarda e o registro dos objetos que documentam as relações entre os grupos humanos e os recursos vegetais de seu meio, bem como objetos e o registro de saberes (de materiais biológicos ou não) que se associam e se integram à essas práticas, testemunhando a diversidade cultural e biológica dos povos da Amazônia paraense.
Identificando nesta coleção seu potencial musealizável, estabeleceu-se um intercâmbio de saberes proporcionado pela curadoria do herbário e a participação de discente, como estágio voluntário, do curso de Museologia da UFPA. Com esta proposta, vislumbra-se apresentar, através deste trabalho, as ações coordenadas que auxiliaram no processo de musealização do acervo Biocultural, situando as perspectivas museológicas embasadas.
As brechas identificadas primeiramente, que se convertem como os desafios iniciais para consolidação desse ciclo completo de atividades, é o espaço físico, o qual limita uma atuação chave para a concretização das três funções básicas no que se refere a coleções museológicas – a preservação, a documentação e a comunicação – sendo a última prejudicada, mas que já conta com ações como o Herbário Itinerante, por exemplo; e outra é a conservação preventiva, que esbarra nos problemas de recurso, mas ainda necessita de um estudo mais aprofundado do local para melhor adequação do armazenamento e adaptação à realidade institucional. Desse modo, serão discutidos as intempéries e os resultados obtidos a partir das primeiras averiguações, sendo as ações de reparo e melhorias guiadas por literaturas específicas da Bioculturalidade e Museologia. Sendo um espaço de conhecimento interdisciplinar, de formação cidadã para identidades amazônicas, o Herbário MFS se desafia inserir a Museologia num espaço não museal.