SEMINÁRIO BRASILEIRO DE MUSEOLOGIA - SEBRAMUS, 4 Sebramus

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A REPRESENTAÇÃO DA MULHER NEGRA NAS COZINHAS DOS ENGENHOS A PARTIR DA ANÁLISE EXPOGRÁFICA PRESENTE NO MUSEU AFRO-BRASILEIRO DE SERGIPE
Janaina Couvo, Fernando José Ferreira Aguiar

Última alteração: 2019-06-30

Resumo


Este trabalho  pretende apresentar uma análise sobre a representação da cozinha no Museu Afro-Brasileiro  de Sergipe e onde estão as mulheres negras neste discurso expográfico.   A partir da observação de todo o cenário apresentado na sala do Museu dedicada à Cozinha de uma Casa Grande, pretende-se analisar o papel das mulheres negras nas cozinhas dos engenhos, destacando a sua presença na construção da gastronomia brasileira.   A partir desta reflexão, baseada nos autores qu se dicaram a construir suas reflexões sobre a temática, como Câmara Cascudo, Gilberto Freire, Vivaldo da Cosa Lima, entre outros,  e promovendo um diálogo com estudiosos que trazem novas leituras sobre o papel da Mulher Negra nas cozinhas dos engenhos,  será construída uma análise sobre como a Museologia, pautada na interdisciplinaridade  na construção de diálogos com as áreas de conhecimento que contribuem para ampliar as possibilidades de leituras expográficas diferenciadas sobre temáticas  consideradas tradicionais,  contribui para a construção de narrativas diferenciadas que visam ampliar os conhecimentos sobre o papel da mulher negra nas cozinhas , assim como também seus protagonismos na condução e transformação da vida alimentar nestas propriedades. Os estudos sobre a formação da gastronomia brasileira vem desnudando o papel protagonista das mulheres negras que assumiram as cozinhas dos engenhos, no que diz respeito as transformações  alimentares, na condução do preparo das iguarias e demais alimentos, o que consede a estas mulheres um protagonismo na definição dos gostos alimentares. Entretanto, nos museus onde existem a expografia relativa à reconstituição dstes espaço muitas vezes a ausência de um contexto coloca a presença feminina com um sentido simplório, sem a devida referência a sua importância neste contexto. Sendo assim, tendo como base estas discussões, será construída uma reflexão acerca de que forma esta mulher negra é apresentada nesta representação da cozinha e como a contextualização ali presente contribuir  para a manuteção de estereótipos e leituras que reduzem a mulher negra a apenas um papel secundário na condução da cozinha.