SEMINÁRIO BRASILEIRO DE MUSEOLOGIA - SEBRAMUS, 4 Sebramus

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Museologia Social e Direitos Humanos no Museu Afro-Brasileiro em Salvador – BA, 2019.
Anaylton de Jesus de Lima, Cecilia Conceição Soares

Última alteração: 2019-06-02

Resumo


A sociomuseologia, norteadora do fazer museológico no contexto contemporâneo nas sociedades ocidentais, contempla uma série de ações de natureza inclusiva dos sujeitos na atualidade. Os princípios dos Direitos Humanos declarados pela ONU apresentam subsídios normativos para a busca da cidadania entre os povos e uma sociedade mais justa e democrática. Fica assegurado aos indivíduos invocar os direitos e as liberdades proclamados na Declaração Universal sem distinção de raça, cor sexo, língua, religião, opinião politica ou quaisquer que sejam as diferenciações entre os indivíduos. Na interface com a Declaração dos Direitos Humanos, nos inquieta no âmbito da cultura e mais especificamente nos espaços dos museus, os sujeitos que acessam a cultura na Bahia, e o lugar das as chamadas minorias sociais nesse processo.

Escolhemos para análise neste trabalho, o museu Afro-brasileiro (MAFRO) da Universidade Federal da Bahia, localizado em Salvador. Trata-se de um espaço de exposição, pesquisa e discussão da cultura material e imaterial africana e afro-brasileira. Apesar da temática do museu se constituir de artefatos da memória afro-brasileira, o público que absorve esse conteúdo não está presente nesse espaço, considerando o volume da população autodeclarada negra em Salvador. Entende-se que fatores históricos foram cruciais para uma menor aderência desses indivíduos aos espaços de cultura no Brasil, no entanto, a museologia social, que vem buscando mudanças estruturantes no campo da museologia, pode ser uma das alternativas para transformação do perfil que visita este museu. O MAFRO é reconhecido pelo importante trabalho de promoção da cultura negra na Bahia e de artistas negros baianos com trabalhos que valorizam a cultura afro-brasileira. No entanto, há uma reificação que conforma-se com o público visitante do museu, em sua grande maioria turistas, professores universitários, estudantes de classe média ou alta, desconsiderando a ausência do público afro, menos favorecido. Este trabalho se propõe a realizar uma pesquisa de público apontando o perfil do visitante deste museu num determinado período do ano e a partir disso identificar ações garantidas pela Declaração dos Direitos Humanos paralelas a museologia social em prol da mudança do cenário estabelecido. Desse modo, o trabalho irá refletir sobre o público que consome as ações promovidas por este museu e daí identificar o quanto a sociomuseologia poderá se fazer  atuante num museu universitário baiano.


Palavras-chave


Sociomuseologia; direitos humanos; MAFRO