Os museus e suas configurações ao longo da história são resultados das mudanças na sociedade. A Museologia por sua vez, é influenciada por essas modificações e deixa de ser um campo restritamente ligado ao estudo e conservação das coleções de museus, sendo hoje definida como campo disciplinar, que não se limita ao estudo dos museus, mas que tem seu objeto de estudo nos processos de musealização. Cabe esclarecer aqui, que o pensamento defendido segue a visão do museólogo tcheco Zbynek Stránský (1926-2016), que define a musealização como uma cadeia de três processos: a seleção, baseada na musealidade do objeto, a tesaurização, insersão desse objeto em um sistema documental e a comunicação, etapa que se cria uma abordagem museológica da realidade. Tendo como base os processo de musealização a presente comunicação objetiva fomentar alguns questionamentos, são eles: levando em consideração a função social dos museus e espaços de musealização (laboratórios, universidades, centros culturais, etc), como fazer com que a musealização seja um processo de reverberação social?  A lógica adotada pela maioria dos museus consegue dar conta das questões de representatividade da sociedade atual? Os processos de musealização colaboram para a sensibilização patrimonial e construção de pertencimento? Buscamos com estes questionamentos refletir sobre possibilidades de atuação que levem em consideração as contribuições que o público pode trazer para os processos de musealização e os impactos sociais resultantes desta contribuição. Para isso, traçaremos um paralelo entre o campo da educação museal e a musealização. Recentemente reafirmada pela Política Nacional de Educação Museal - PNEM, promovida pelo Instituto Brasileiro de Museus - IBRAM, a educação museal é definida na Carta de Belém (2014), como: “um processo de múltiplas dimensões de ordem teórica, prática e de planejamento, em permanente diálogo com o museu e a sociedade” A PNEM traz desafios aos museus no que tange sua relação com a sociedade, que não podem ser ignorados e devem ser amplamente apropriados pelo campo museológico de maneira crítica e reflexiva. Buscamos com essa comunicação traçar paralelos onde os processos de musealização se beneficiem e corroborem com as práticas educativas, tendo como objetivo final um museu que seja ferramenta social e política. Realizando, desta forma, ações que tenham o público como foco e que colaborem para construção de uma sociedade mais tolerante, sensível, diversa e representada.