A presente proposta de comunicação pretende apresentar reflexões em desenvolvimento no Projeto de Pesquisa intitulado «Dessacralizando a Branquitude Epistemológica: onde estão as/os não-brancas/os na Teoria Museológica?» sob a coordenação da Prof.ª Dr.ª Luzia Gomes Ferreira do curso de Museologia da Universidade Federal do Pará (UFPA). Consideramos de significativa relevância no contexto brasileiro e não só as contribuições do pensamento negro para as (re)-construções epistemológicas e metodológicas no campo da Museologia. Uma vez que, embora as lutas dos movimentos sociais tenham reivindicado espaços representativos no campo dos museus no Brasil, não constatamos essa representatividade no campo teórico. Nesse sentido consideramos que a Museologia também precisa trazer para a sua discussão teórica o conceito de lugar de fala, como uma demanda contemporânea a ser trabalhada. A partir do pensamento de autores e autoras como Frantz Fanon, Grada Kilomba, entre outras/os, lançamos a pergunta que intitula essa comunicação: Onde estão as escritas de negras e negros na teoria museológica? Os obejtivos são apresentar a importância do pensamento de autoras negras e autores negros para uma (re)-construção do campo epistemológico e metodológico na Museologia. A metodologia utilizada no trabalho envolveu análises de documentos e publicações do ICOFOM (Comitê Internacional de Museologia) e do ICOFOM LAM (Subcomitê Regional do ICOFOM), para o estudo, discussão e produção da teoria museológica na América Latina e no Caribe); leituras de teóricas negras e teóricos negros.  A presente pesquisa considerou que é preciso questionar e tensionar quem são os corpos produtores de conhecimentos que se tornam os nossos “clássicos”. O campo epistemológico não deixa de ser uma luta de linguagem e de disputa de narrativas.