Nas últimas décadas, o setor museológico do Brasil passou por importantes transformações resultando, entre outros aspectos, em políticas culturais baseadas na diversidade cultural, no memória e patrimônio, na desconcentração e democratização do acesso à cultura. Estas mudanças caracterizam o fortalecimento do setor, com a criação da Política Nacional de Museus, mais de uma dúzia de cursos de graduação em Museologia (e também alguns cursos de pós-graduação), do Instituto Brasileiro de Museus e de vários programas de incentivo e desenvolvimento. No entanto, a necessidade de ampliar o orçamento anual das instituições e de investir na contratação de profissionais e execução de ações de manutenção e conservação para museus e suas coleções expandiu dramaticamente com a crise política e econômica dos últimos anos. O propósito deste artigo é refletir sobre as estratégias que os museus públicos podem desenvolver em um contexto em que o setor cultural está sob ameaça, mantendo-se firmes e alinhados aos artigos referentes às memórias e aos patrimônios da Declaração Universal dos Direitos Humanos.