SEMINÁRIO BRASILEIRO DE MUSEOLOGIA - SEBRAMUS, 4 Sebramus

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Da disposição museo-lógica: notas para uma perspectiva contemporânea em teoria museológica
Alexandro Silva de Jesus

Última alteração: 2020-07-30

Resumo


Da Disposição Museo-lógica: Notas Para Uma Perspectiva Contemporânea Em Teoria Museológica.

A comunicação que esse resumo antecipa à maneira de um exergo, buscará responder a problemática sobre a construção de um acordo epistemológico para a museologia, a partir de dois gestos ou rubricas analíticas (Da mais nova Humanidade/Da disposição museo-lógica).

Da mais nova Humanidade. Esse gesto de abertura se debruçará, antes de tudo, sobre o processo que desencadeou essa novíssima realidade da museologia, a saber, sua classificação entre as Humanidades pelo Cine Brasil 2018. Esse gesto percorrerá primeiro, a documentação que o Inep produziu para fundamentar e orientar sua proposta, e os e-mails trocados entre a Rede de Professores e Pesquisadores do Campo da Museologia, os colegas lotados nas escolas de Museologia no Brasil, e o Inep. Essa análise quererá demonstrar certos aspectos da problemática epistemológica que a museologia enfrenta, ainda. Disto, o gesto prossegue pensando quais os desafios que o recolhimento da museologia sob as Humanidades guarda. Por outro lado, esses desafios – legítimos em todo o caso, e que traduzem grande oportunidade para o campo – correm o risco de desmobilização. Ao menos por dois motivos, correlacionados: de um lado, o fato do Inep dispor uma classificação parcial, que vale apenas para certas dinâmicas acadêmicas vividas pelo campo, e, de outro, que sua outra pertença – ela também parcial – entre as ciências sociais aplicadas vem lhe permitindo a concentração de seus esforços para o trabalho prático, e percepção estreita da sua “vocação” técnica. Por isso mesmo urge desfazer a con-fusão entre teoria museológica, de um lado, e história do museu e da museologia, de outro.

Da disposição museo-lógica. Esse segundo gesto oferecerá perspectiva teórica para a expressão processo de musealização. Nesse caso, trata-se de demonstrar: a) a partir da tradução da teoria do arquivo de Jacques Derrida e da filosofia da cultura de Giorgio Agamben, alinhamento alternativo entre processo de musealização e museu: b) a circunscrição do fenômeno – valendo-se, aqui, de uma nota de Davi Kopenawa sobre a ideia de museu; c) seu efeito por sobre a cultura; d) a triangulação da problemática museológica como a problemática entre arquivo, memória e experiência; e) o destino da teoria sobre as disposições museo-lógicas como parte de uma teoria geral sobre os afetos.


Palavras-chave


Processos de musealização; Da disposição museo-lógica; acordo epistemológico; Humanidades; Teoria dos afetos.

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