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Museologia aplicada a coleções de ciência/tecnologia e o exercício acadêmico da interdisciplinaridade.
Última alteração: 2019-06-28
Resumo
Ao considerar que os tempos atuais são marcados pela expansão da informação, a interdicisplinaridade torna-se uma questão forte no presente e para o futuro. A simplificação e/ou redução do olhar, ignora realidades complexas e dificulta a construção de análises multifacetadas por parte de profissionais de diferentes áreas. Partindo da minha experiência de ser uma bióloga que trabalhou mais de 10 anos no Museu Paraense Emílio Goeldi, vi e vivi muitos dos dilemas levantados sobre este “impasse” entre diferentes profissionais no dia a dia. E agora, como docente há 08 anos no curso de Museologia, vi a possibilidade real de problematizar esta falta de diálogo e discutir as atuações profissionais dentro dos museus. Sob estes argumentos, este trabalho apresenta os resultados da experiência de ministrar, por um semestre, a disciplina Museologia aplicada a coleções de ciência/tecnologia (MG02055) na Universidade Federal do Pará (UFPA) para uma turma mista, onde metade das vagas foi preenchida por alunos do curso de Museologia e a outra por alunos de Bacharelado em Biologia, ambos discentes regularmente matriculados na referida instituição. A realização de tal feito, para além do caráter inédito para ambas as faculdades, é uma tentativa de formar profissionais capazes de lidar com as diferenças e reconhecer as similaridades de demandas de cada área. A metodologia utilizada em sala primava pelo debate e prática entre os alunos, sempre organizados em grupos interdisciplinares, os quais puderam, ao longo da disciplina, realizar todas as etapas do processo de musealização, trocando conhecimentos e, com isso, se (re)conhecendo dentro de outras bases construtivas. Ao final, foi possível constatar a modificação completa de visão que ambos tinham sobre o campo alheio, além de uma proposta do Centro Acadêmico de Biologia para que a disciplina fosse incorporada à grade curricular do curso, considerando que o Museu Paraense Emílio Goeldi é a instituição que mais absorve esses profissionais na região. Com isso, ganham todos, em especial a sociedade que terá um museu com profissionais mais plurais ao seu dispor.
Palavras-chave
Musealização; Museólogo; Biólogo; Educação